Raquel conta que Marcos Felipe sofreu três paradas cardíacas aos nove dias de vida e, por ficar algum tempo sem oxigênio, teve paralisia cerebral. Abandonada pelo pai do rapaz, a mãe afirma que sempre cuidou sozinha do filho. Os dois vivem com um salário mínimo do auxílio-doença.
“Nós chegamos a ganhar algumas doações, mas usamos muitos materiais todos os dias. São seis equipos por dia, que são os frascos que levam o alimento até a sonda. Seis seringas. Uma média de cinco fraldas por dia. Preciso de luvas e equipamentos de higiene. Até lençol nós também precisamos, sabão para lavar roupas, porque tem dia que preciso trocar até três vezes de lençol”, disse a mãe.
Devido à paralisia, Marcos Felipe começou a ter dificuldades para se alimentar. Por isso, os médicos decidiram colocar a sonda alimentar, no mês passado. Segundo a mãe, a lata de leite para a sonda custa cerca de R$ 100. Ele precisa de 32 latas por mês. No entanto, Raquel afirma que a Prefeitura de Senador Canedo vai fornecer a alimentação.
Segundo a mãe, a paralisia cerebral gerou também uma curvatura na coluna do Marcos Felipe. Por isso, ele aguarda uma cirurgia, considerada eletiva, pela Secretaria de Saúde de Goiânia. “Ele precisa dessa cirurgia imediatamente. A coluna dele é ‘tortinha’ e ele isso também contribuiu para ele precisar da sonda, porque ele estava engasgando com o alimento, por causa do posicionamento dele”, disse.
Sobre a previsão para a cirurgia, a Secretaria de Saúde de Goiânia, responsável pelo Complexo Regulador, disse, em nota, que o procedimento foi avaliado e autorizado pela equipe médica e encaminhado para realização no Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer) em 12 de agosto. Disse ainda que "compete ao prestador entrar em contato com o paciente para agendamento do procedimento cirúrgico".
A reportagem entrou em contato com o Crer para saber quando vai ocorrer o agendamento e aguarda retorno.
Dificuldade na hora do banho
Também por conta do problema na coluna, Raquel explica que tem dificuldades para dar banho no filho. Segundo ela, devido à curvatura cervical, ela não consegue prender ele na cadeira de rodas especial para banho. Com isso, ela diz que dá banhos dele sentado no colo dela, o que ela afirma ser difícil.
“Eu pego ele no meu colo e dou banho nele sentada no meu colo. Eu gostaria de uma banheira especial, que eu pudesse colocar ao lado da cama dele, para facilitar o banho, porque esse é a hora mais difícil dos cuidados que tenho com ele, mas, infelizmente, não temos dinheiro para comprar”, afirma a mãe.
Fonte:G1-GO