Entre os dias 7 e 10 de janeiro, acontece em Las Vegas, Estados Unidos, a CES de 2020, famosa feira que reúne mais de três mil empresas de tecnologia com o objetivo de expor novos produtos. Algumas apresentações entregam o ouro, mas outras só servem para deixar os curiosos com ainda mais dúvidas. É o caso do Neon – um sistema que, sabe-se lá como, promete gerar seres humanos artificiais (sim, o anúncio foi sensacionalista).
S
eu idealizador é Pranav Mistry, CEO da STAR Labs. O gênio mirim indiano carrega também em seu currículo uma participação no hardware do console Xbox, da Microsoft – dentre outros gadgets, como o smartwatch não tão famoso da Samsung. Apesar de sua startup com nome de história em quadrinhos ser financiada pela empresa coreana, o desenvolvimento desse novo sistema de inteligência artificial é totalmente independente.
É difícil entender o que há de novidade na proposta. Afinal, assistentes de voz razoavelmente espertos como a Siri e a Alexa já estão disponíveis no mercado (conheça seus prós e contras nesta reportagem da SUPER). E eles têm a função de auxiliar as pessoas a organizar sua agenda ou a tocar músicas, coisa que não está no horizonte de Mistry.
A ideia dele é outra: criar humanos artificiais cuja função é servir como amigos imaginários. Eles não seriam assistentes pessoais capazes de informar o clima ou a capital do Cazaquistão (Astana), mas sim uma tentativa intencional de algo próximo do que acontece no filme “Ela” (Her). A personalidade desses avatares virtuais seria construída a partir das experiências deles próprios, em uma aplicação distópica de machine learning (aprendizado de máquina).