Foi aí que, segundo ela, o sonho virou pesadelo. Diante da “situação assustadora”, o casal decidiu retornar ao Brasil no dia 17 de março. A viagem ainda duraria mais 7 dias e tinha como destino Bélgica e Holanda, mas o roteiro precisou ser alterado.
Os primeiros sintomas, conforme relata Andréia, foram sentidos ainda em Paris. “Achei que era uma gripe porque estava muito frio. A sensação térmica era negativa”. De volta a uma das residências que possuem em Brasília, os sintomas se intensificaram. A jornalista conta que sentiu dor de cabeça e no peito; teve febre, tosse, fadiga, coriza e diarreia. João Eudes teve dores semelhantes, mas com alguns agravantes como dor de garganta e nas costas, assim como dificuldade para respirar e perda do olfato.
Isolamento domiciliar
Andréia ressalta que, ao chegar no Brasil, o casal não teve contato com ninguém da família e já ficou em isolamento domiciliar. No dia 19 de março, os sintomas ficaram ainda mais fortes e eles foram para o hospital. De imediato foram submetidos ao teste da covid-19 e o resultado foi positivo. “Ficamos desesperados. Ninguém quer ficar doente, ninguém espera que isso aconteça”.
O casal, então, partiu para a residência que possuem em Goiânia, onde ficaram isolados. “Foi um período muito difícil. Eu chorava todos os dias. Eram as dores, as notícias de caos em todo o mundo. Tive medo de não acordar no outro dia”, relembra.
A jornalista ressalta que não é possível dizer em qual país contraiu a doença. “Até hoje tentamos entender isso. Nossos primos na Espanha não foram diagnosticados, o que nos leva a crer que não foi lá, mas é praticamente impossível saber onde ocorreu a contaminação”. De acordo com ela, todos os cuidados foram tomados. O casal levou máscaras e álcool em gel. “A gente se cuidava o tempo todo. Não imaginávamos que isso aconteceria conosco”.
Na última segunda-feira (6), uma notícia trouxe alívio a Andréia e João: ambos testaram negativo ao segundo teste realizado. “Nós gritamos e comemoramos muito. É uma sensação de alívio, mas o abalo psicológico e o medo pela família ainda é grande”. A situação, de acordo com a jornalista, serviu de aprendizado. “O inimigo é invisível e todo cuidado é pouco. Quem puder ficar em casa, fique! Tome os cuidados necessários. Não é uma gripezinha”, disse.
Fonte:Mais Goiás