Mas, afinal, como é o teste para diagnosticar o coronavírus?
Há dois tipos de exame. O mais assertivo é o RT-PCR, que utiliza a biologia molecular. Nele, uma amostra de secreção nasal e da garganta do paciente é levada ao laboratório para uma busca minuciosa pelo material genético do Sars-Cov-2.
“Esse processo em laboratório demora oito horas, se não houver fila. Mas com uma demanda tão grande como a atual, a capacidade produtiva dos laboratórios está menor”, conta Carlos Eduardo dos Santos Ferreira, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML).
Há ainda os chamados testes rápidos, que também são feitos a partir de secreção nasal e de garganta ou sangue. Eles ficam prontos em tempo recorde: entre 10 e 30 minutos. O Ministério da Saúde recentemente anunciou o recebimento de 8 milhões de exames do tipo — a princípio, eles serão destinados a profissionais de saúde e de segurança.
O problema: apesar de ágeis, não são tão confiáveis. Ao contrário do RT-PCR, eles medem a quantidade de dois anticorpos (o IgG e o IgM) que o organismo produz quando entra em contato com um invasor. Acontece que o IgM é produzido na fase aguda da infecção, ao passo que IgG pode aparecer só mais tarde. E para dar um resultado positivo, é preciso que haja uma quantidade mínima dessas moléculas circulando pelo corpo. Assim, em algumas situações, o exame pode não detectar a presença do novo coronavírus (um resultado falso-negativo, como dizem os experts).
“Os testes rápidos não podem ser usados como único parâmetro de diagnóstico e devem ser feitos apenas por profissionais especializados”, diz Marcella Abreu, gerente de produtos para diagnóstico in vitro da Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Fonte:Abril