30 de Abril de 2020, 12:21
  -  Polícia - Goiás
Delegado suspeito de se apropriar de carro aprendido em operação policial é afastado da função pela Justiça de Goiás

A juíza Placidina Pires decidiu afastar cautelarmente das funções operacionais o delegado da Polícia Civil Alex Nicolau Vasconcelos suspeito de se apropriar de um carro Fiat 500 apreendido durante uma operação chefiada por ele, em julho de 2017. Segundo a investigação, ele ainda deu o veículo a uma namorada. O servidor deve ser colocado em função administrativa enquanto durar o processo judicial.

 

Em contato por mensagem de celular, Alex Nicolau Vasconcelos disse ao Jornal que prefere não se manifestar, neste momento, sobre a decisão.

 

A Polícia Civil se manifestou, por meio de nota, sobre a decisão judicial que determinou o afastamento do delegado de polícia, e informou que "está dando cumprimento à decisão, e que os fatos são também objeto de apuração na esfera disciplinar pela Corregedoria da instituição, estando em fase final de instrução".

 

A conduta do delegado foi investigada pela Gerência de Correições e Disciplina da Polícia Civil, em 2019. Posteriormente, o Ministério Público de Goiás ofereceu a denúncia à Justiça com base nesse inquérito pelo ato de ocultar a origem e a movimentação do veículo em proveito próprio.

 

Segundo a decisão, assinada no dia 20 de abril, o delegado foi afastado com base nos crimes previstos no artigo 297 do Código Penal, que versa sobre a falsificação de documento público, com pena de 2 a 6 anos de prisão, e por peculato, que acontece quando um funcionário público se apropria de bens públicos ou particulares, de quem tem a posse em razão do cargo, em proveito próprio ou alheio. A pena para este crime é de 2 a 12 anos de reclusão.

 

A magistrada determinou ainda a alienação do veículo, que deverá ter os valores resultados da venda depositados em conta do Judiciário.

 

Investigação

 

O automóvel foi apreendido durante uma operação policial que buscava cumprir mandado de prisão contra um suspeito de roubo a carros fortes e bancos em Goiás. A operação que resultou na morte do investigado, acusado de triplo homicídio, foi liderada pelo Grupo Antirroubo a Banco da Polícia Civil, cujo chefe era Alex Nicolau.

 

Segundo a acusação do MP, Alex Nicolau não lavrou nenhum termo de apreensão de bens após o recolhimento do carro, em 5 de julho de 2017, nem instaurou qualquer procedimento a respeito do veículo.

 

O delegado teria, então, utilizado o veículo em benefício próprio. Meses depois, segundo a acusação, Alex deu o carro de presente para a namorada.

 

Ainda de acordo com o MP, policiais da unidade de Alex sabiam da situação e alertaram a Gerência de Inteligência da polícia, que iniciou uma investigação interna.

 

A denúncia diz que, "para se esquivar de responsabilidade penal e administrativa, Alex teria falsificado um termo de exibição e apreensão com data retroativa ao dia da operação, na qual assinou sozinho, como autoridade policial, exibidor e escrivão. Ele, também, teria deixado o carro no pátio de apreensões, para simular que o bem não havia sido retirado do local".

 

Fonte:G1-GO

 
 
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