O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) determinou que um hospital de Formosa, no Entorno do Distrito Federal, indenize em R$ 400 mil as famílias que tiveram bebês trocados há 24 anos. Diego Galvão e Daniel Gomes de Oliveira descobriram aos 19 anos que não eram filhos dos pais que os criaram. Os partos foram realizados no mesmo dia e horário, e a troca foi confirmada por um exame de DNA.
Em nota enviada nesta quarta-feira (27), a Sociedade Beneficente São Camilo, que administra o hospital onde eles nasceram, comunica que, em respeito às pessoas envolvidas, não se manifestará sobre o contido no processo e decisões proferidas.
O documento foi publicado na última terça-feira (19). Os magistrados da 3ª Câmara Cível do TJ-GO acataram, por unanimidade, o parecer do relator, juiz Ronnie Paes Sandre.
O TJ-GO manteve a condenação que já havia sido dada, em primeiro grau, na comarca de Formosa. À época, os representantes do hospital recorreram pedindo que a indenização fosse reduzida a R$ 50 mil e paga apenas às mães. No entanto, os magistrados negaram os pedidos e determinaram o pagamento total de R$ 400 mil, que deve ser dividido igualmente para cada jovem e suas genitoras.
Segundo o processo, os bebês foram trocados logo após o nascimento. No dia do parto, conforme a ação, Dileide Galvão, que criou Diego, e Eliana Gomes de Melo, que ficou com Daniel, deram à luz no mesmo centro cirúrgico. Apenas um pano as separavam.
Descoberta da troca
Quando os pais descobriram a troca, eles contaram ao Jornal que nunca desconfiaram de que algo poderia estar errado. Eles só souberam porque, sem saber do parentesco, Diego acabou ficando amigo do irmão biológico mais velho, o militar Pablo Vinícius Gomes de Oliveira, e muita gente comentava sobre a semelhança física dos dois.
À época, Eliana contou que, quando viu Diego pela primeira vez, ficou desconfiada por conta da semelhança com Pablo. Após uma conversa, Diego aceitou fazer o exame de DNA. Com o resultado, Diego e Daniel disseram que ficaram em choque.
Aproximação
Hoje, com 24 anos de idade, os irmãos tentam se unir. À TV, Diego contou que, mesmo após a descoberta das famílias biológicas, eles continuam vivendo com as famílias que os criaram.
“Estamos tentando nos aproximar, porém, não é dinheiro que vai trazer os anos perdidos. Desde o acontecido, quase nada mudou, continuamos cada um com a sua família de criação”, disse.
Diego disse ainda que as famílias costumam se reunir em datas comemorativas. “Nos reunimos às vezes, Dias dos Pais e Dia das Mães, tentando aproximação, mas a coisa não é fácil, mas estamos tentando”, contou.