“A partir do contrato, as empresas faziam subcontratação parcial ou integral. Os serviços eram prestados por terceirizados em condições precárias e de total insegurança. Há notícias de ao menos dois acidentes graves, com vítima fatal, com crianças que usavam esse transporte público”, disse o delegado Albert Paulo de Moura.
De acordo com a delegada Milena Caland, responsável pelo inquérito, a operação de hoje mira os servidores e agentes públicos do setor financeiro da Secretaria de Educação.
A delegada não detalhou a função da primeira-dama no esquema, mas afirmou que Rejane Dias e familiares teriam recebido vantagem indevida.
“O envolvimento da esposa do governador, Rejane Dias, se justifica em razão do exercício do cargo entre 2015 e 2018. Os dois pregões que são objetos de análise são de 2015 e 2017, exatamente no período em que ela esteve à frente da Secretaria de Educação (…). Fora o cargo, ao longo da análise do material constatou-se que houve recebimento de vantagem indevida por ela e familiares.”
A Controladoria-Geral da União estima que 40% do valor total dos contratos foi desviado no esquema. Como as empresas investigadas ainda prestam serviços ao governo do Piauí e a prefeituras do estado, não é possível mensurar qual o prejuízo efetivo causado pelas fraudes.