A mulher agredida e baleada pelo namorado médico Márcio Antônio Barreto Rocha, cirurgião plástico e sócio de um hospital no Setor Bueno, retirou a denúncia contra ele, mas a polícia afirmou que vai seguir com as investigações, em Goiânia. A delegada Paula Meotti disse que a vítima alegou que tudo foi um contexto do dia e que ele não representa risco a ela. A agressão foi filmada por câmeras de segurança.
“Ela entende que ele [ médico] não representa um risco para ela. Que foi tudo um contexto do dia, pois ele estava sem dormir algumas noites em virtude de um falecimento do tio. A gente vai continuar com as investigações normais, mesmo que ela não deseje mais”, disse a delegada .
Os advogados do médico não quiseram gravar entrevista enviou um pedido de nota por aplicativo de mensagens para a defesa, às 8h59, e aguarda retorno.
O médico, de 55 anos, também foi baleado na perna e estava internado desde o dia do crime, na sexta-feira (25), em um hospital particular da capital. Ele estava acompanhado de agentes da corporação, já que havia sido preso em flagrante.
No início da tarde de terça-feira (30), o cirurgião deixou o hospital e foi levado para a delegacia. A Justiça converteu a prisão em flagrante para preventiva, considerando a gravidade das acusações. Por orientação dos advogados, ele permaneceu em silêncio durante todo o depoimento.
Apesar de a vítima ter solicitado a retirada das denúncias, a delegada disse que ela relatou mais de uma vez que ele pretendia atirar na boca dela.
“Narrou mais de uma vez que, na verdade, ele colocou a arma na boca dela. Ela conseguiu, segurando o cano e apontando para baixo, que esse disparo atingisse a perna dela e dele", conta a delegada.
Por conta do disparo, a mulher também precisou ser internada no Hospital de Urgências da capital (Hugo), ela recebeu alta no último sábado (26). Anteriormente, ela havia dito à polícia que estava com muito medo e que achava ele uma pessoa "extremamente violenta".
O médico pode responder pelos crimes de tentativa de feminicídio e porte ilegal de arma. Oito testemunhas já prestaram depoimentos à polícia. Da delegacia, o médico foi levado para a Casa de Prisão Provisória.