01 de Outubro de 2020, 11:55
  -  CRISE - Brasil
Preço do leite sobe 27% em 2020 e já supera arroz como produto que mais aumentou em SP

O preço do leite subiu 27% em 2020 e superou o arroz como produto que mais aumentou entre janeiro e agosto nos mercados do estado de São Paulo. As informações são do repórter Lucas Herrero, da Rádio Bandeirantes.

Os dados da Associação Paulista de Supermercados apontam para um crescimento acentuado a partir de março, porém, mesmo nos últimos 12 meses, o valor ficou 24% mais alto.

Consequentemente, os derivados do leite acompanharam o ritmo, como o queijo muçarela, que está entre os dez maiores aumentos do ano: 26% mais caro nestes oito meses, sendo que o quilo pode ser encontrado por cerca de R$ 50,00.

Qual o motivo?

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), Geraldo Borges, explica que o aumento do preço do dólar e as incertezas do período de pandemia prejudicaram a produção.

"A questão dos custos de produção está exorbitante, com produtos que são dolarizados e que tornam extremamente oneroso o custo de produção. Nós temos o exemplo do milho e da soja, que são dois grãos amplamente utilizados para a alimentação bovina da cultura de leite. Isso trouxe um custo de produção que vem dificultando ou quase inviabilizando o produtor de leite", explicou Borges.

O preço do milho e da soja, que representam quase toda a ração bovina, subiu 20% a mais em comparação ao reajuste do leite (20% + 27%) e isso gerou um desequilíbrio entre a crescente procura da indústria e a baixa oferta da produção.

Prejuízo no campo

Geraldo Borges aponta que os produtores vinham amargando prejuízos nos últimos meses, muitos inclusive pararam de trabalhar na área, até que houve uma mudança para tentar reequilibrar a cadeia produtiva.

O preço do leite pago ao produtor em setembro bateu o recorde da série histórica medida pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), subindo 9,7% em relação ao mês passado e 51% sobre setembro de 2019.

De acordo com o presidente da Abraleite, o cenário é de preocupação, porque ainda não se sabe ao certo quando a pandemia vai acabar e qual será o comportamento do consumidor após o fim do auxílio emergencial.

"Preocupa não só o ponto de equilíbrio da cadeia, principalmente da classe produtora, que no Brasil tem 1 milhão e 200 mil propriedades produtoras de leite, mas nos preocupa também o consumidor, que está pagando um preço mais alto e isso reflete de forma negativa para todos", disse Borges.

Previsão otimista

Pelo menos, a Associação Brasileira dos Produtores de Leite afirma que as chuvas previstas para novembro devem recuperar os pastos e aumentar a oferta de leite no país, que é o terceiro maior produtor do mundo.

FONTE Band

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