18 de Março de 2021, 13:21
  -  Informativo - Internacional
Em carta a Bolsonaro, Biden pede colaboração no clima e no combate à pandemia

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enviou uma carta ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no último dia 26 de fevereiro. No entanto, a relação entre os presidentes só foi revelada nesta quinta-feira (18) pela Secretaria Especial de Comunicação Social.

 

 

De acordo com a nota divulgada pela (Secom), o teor da carta é de estabilidade e cooperação diplomática entre os dois países, bem como a intenção de união de esforços no combate à pandemia de Covid-19 e no enfrentamento das mudanças climáticas.

 

 

"O Presidente Biden saudou a oportunidade para que ambos os países unam esforços, tanto em nível bilateral quanto em fóruns multilaterais, no enfrentamento aos desafios da pandemia e do meio ambiente, em alusão ao caminho para a COP26 e para a Cúpula sobre o Clima", diz um trecho da nota da Secom.

 

 

A carta foi divulgada pela equipe de comunicação da Presidência da República mais de 20 dias depois do recebimento. A publicação ocorre um dia após o ex-presidente Lula conceder entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da CNN Internacional, e sugerir que Joe Biden doasse vacinas ao Brasil e convocasse o G20 para estabelecer negociações sobre a compra de imunizantes.

 

 

Na entrevista, Lula chegou a chamar Biden de "sonho de um novo respiro para a democracia" e disse buscar interlocução com o presidente norte-americano porque não confia no governo brasileiro.

 

 

Entretanto, sem mencionar os motivos para que a carta fosse divulgada agora, a Secom disse que presidente norte-americano enviou o texto a Bolsonaro em agradecimento aos cumprimentos enviados pela Presidência da República após a ratificação do democrata como presidente eleito dos Estados Unidos.

 

 

O  Brasil foi o último dos países que integram o G20 -- grupo das maiores economias do mundo -- a reconhecer a vitória de Biden nas eleições norte-americanas. Bolsonaro parabenizou o novo presidente dos Estados Unidos em 15 de dezembro de 2020, pouco mais de um mês após o resultado do pleito. 

 

 

Na época, o presidente Bolsonaro encampou o discurso de apoiadores do ex-presidente Donald Trump sobre fraudes nas eleições americanas e chegou ele próprio a declarar, sem apresentar provas, que o pleito presidencial nos Estados Unidos havia sido fraudado.

 

 

Em meio à crise que culminou na invasão do Capitólio por manifestantes pró-Trump, Bolsonaro disse que o mesmo poderia acontecer no Brasil se o voto impresso não fosse adotado nas eleições de 2022.

 

 

Desde então, o presidente se distanciou das relações diplomáticas estreitas com o governo dos Estados Unidos. Poucos dias após Biden ser eleito, Bolsonaro ameaçou usar "pólvora" caso a diplomacia se esgotasse.

 

 

"Assistimos há pouco um grande candidato à chefia de estado dizer que se não apagar o fogo da Amazônia, vai levantar barreira comercial contra o Brasil", disse Bolsonaro, em novembro de 2020. "Apenas diplomacia não dá. Quando acabar a saliva, tem que ter pólvora. Senão não funciona".

 

 

Ainda segundo a nota da Secom, "o presidente Biden sublinhou que não há limites para o que o Brasil e os EUA podem conquistar juntos". O informe finaliza dizendo que "Biden salientou que seu governo está pronto para trabalhar em estreita colaboração com o Governo brasileiro neste novo capítulo da relação bilateral". 

 

*Com informações CNNBRASIL

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